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Chef de gastronomia ou figura pública? Quando o profissional troca a cozinha pela câmera

  • Foto do escritor: Editorial Revista Bonapetit
    Editorial Revista Bonapetit
  • 25 de jun.
  • 2 min de leitura

Por muito tempo, o chef de cozinha era visto como uma figura quase invisível, escondido atrás das portas pesadas do restaurante, concentrado em panelas, facas afiadas e um fogo sempre aceso. Mas os tempos mudaram — e com eles, os papéis também. Hoje, muitos chefs estão deixando as panelas em fogo baixo para aquecer outro tipo de palco: o das redes sociais, dos programas de TV e das lives culinárias.


A pergunta que paira no ar entre críticos, colegas de profissão e o próprio público é direta: em que momento o chef deixa de ser cozinheiro para se tornar uma figura pública? E, principalmente, isso é um problema ou uma evolução natural da gastronomia no século XXI?

A exposição midiática deu aos chefs algo que antes parecia reservado a artistas e atletas: fama. Nomes como Helena Rizzo, Rodrigo Oliveira e Paola Carosella mostram que é possível equilibrar a autoridade gastronômica com o carisma diante das câmeras. O que começou como uma forma de apresentar receitas simples, hoje evoluiu para conteúdo autoral, posicionamento social e branding pessoal.


Mas nem tudo é temperado na medida certa. Ao buscar holofotes, muitos profissionais enfrentam críticas do próprio meio gastronômico. “Ele nem cozinha mais” ou “virou influencer” são frases recorrentes em bastidores. Há uma espécie de resistência entre os que acreditam que o talento culinário se prova no prato, e não no engajamento.


Por outro lado, ignorar o poder da comunicação é perder uma oportunidade preciosa. Um chef que domina a linguagem das mídias — sem abandonar a essência da gastronomia — amplia seu impacto, educa o público, transforma hábitos alimentares e até mobiliza causas.


Mais do que cozinheiros, eles se tornam embaixadores da cultura gastronômica.

A questão não é se o chef pode ser uma figura pública, mas como ele assume esse papel com responsabilidade e verdade. Afinal, não há problema em estar diante das câmeras — desde que, por trás delas, o amor pela cozinha continue fervendo.


No fim das contas, o desafio é equilibrar os dois lados da colher: a arte de cozinhar e a arte de comunicar. Porque quando bem harmonizados, esses ingredientes criam algo maior do que um prato: criam legado.


Crédito da editorial Revista Digital de Gastronomia Bonapetit

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